A árvore dos problemas

O carpinteiro terminou mais um dia de trabalho. Como era final de semana, e resolveu convidar um amigo para beber algo em sua casa.
Ao chegar, antes de entrarem, o carpinteiro parou por alguns minutos, em silêncio, diante de uma árvore que ficava no seu jardim. Em seguida, tocou seus ramos com ambas as mãos.
Imediatamente seu rosto mudou. Entrou em casa sorrindo, foi recebido pela mulher e filhos, contou histórias, e saiu para beber com o amigo, na varanda.
Dali podiam ver a árvore. Sem conseguir controlar sua curiosidade, o amigo perguntou o que fizera antes.
– Ah, esta é a árvore dos meus problemas – respondeu. – Sei que não posso evitar ter aborrecimentos no meu trabalho, mas estas preocupações são minhas, e não pertencem a minha esposa, nem aos meus filhos.
“Assim, quando chego aqui, penduro meus problemas nos ramos daquela árvore. No dia seguinte, antes de sair para o trabalho, eu os recolho de novo”.
“O mais curioso, porém, é que quando saio de manhã e vou procurá-los, alguns já não estão mais ali, e outros parecem bem menos pesados do que na noite anterior”.

Paulo Coelho.

Palavras que fazem sentido

Falem quem quiser, eu gosto da boa leitura que o Paulo Coelho proporciona. Já tive alguns professores de literatura que o criticaram, nem lembro o porque. De uma coisa eu sei: as palavras dele nos prende de tal forma que não conseguimos parar até saber o desfecho da história. Foi o que aconteceu quando li Brida. São livros de fácil e agradável leitura e que prendem. De vez em quando acesso o blog dele onde tem muitos pequenos contos, cada um mais lindo, tanto que resolvi postar um deles aqui no blog.

Da Espada

O Guerreiro da luz a toda hora recorda o trecho de John Bunyan:

“Embora tenha passado por tudo que passei, não me arrependo dos problemas em que me meti – porque foram eles que me trouxeram até onde desejei chegar.  Agora, já perto da morte, tudo que tenho é esta espada. E a entrego para todo aquele que desejar seguir sua peregrinação. Levo comigo as marcas e cicatrizes dos combates – elas são testemunhas do que vivi, e  recompensas do que conquistei. São estas marcas e cicatrizes queridas que vão abrir as portas do paraíso para mim.

Houve época em que vivi escutando histórias de bravura. Houve época em que vivi apenas porque precisava viver.  Mas agora vivo porque sou um guerreiro, e porque quero um dia estar na companhia Daquele por quem tanto lutei”.

Nem preciso dizer mais nada.